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Inclusões no Quartzo – livro

LIVRO “MAGIC WORLD: INCLUSIONS IN QUARTZ”
Jaroslav Hyršl e Gerhard Niedermayr

Este livro, cujo título se traduz como “Mundo Mágico: Inclusões no Quartzo”, é o mais completo, o mais bem ilustrado, o melhor livro sobre esse fascinante tema.

Por ser o quartzo o mineral mais abundante na crosta terrestre e por ele estar presente na maioria dos ambientes geológicos é impressionante a variedade de inclusões descritas: um total de 152 diferentes espécies minerais ( excluindo-se desse total as variedades ), sem contar as inclusões fluidas e gasosas de diversos tipos, bem como hidrocarbonetos.

Não conheço o Gerhard Niedermayr mas tenho o privilégio de ser amigo do Jaroslav Hyršl, que é um gemólogo e mineralogista tcheco, casado com uma peruana, e que viaja no mínimo uma vez por ano ao Brasil e ao Peru; além de comerciante de gemas e, obviamente, de minerais com inclusões, o Jaroslav é também importante comerciante e colecionador de espécies minerais raras. Abaixo, nosso amigo em foto tirada na feira de Munique.

Infelizmente no mercado de pedras é muito comum que palpites, sem embasamento técnico, sejam aceitos como verdade e passados para a frente e até se transformem num nome comercial amplamente difundido e difícil de ser corrigido; o mais clássico desses erros é chamar de “CACOXENITA” inclusões fibrosas douradas no quartzo ( principalmente em ametistas do Rio Grande do Sul ), como as das fotos abaixo,  e que na realidade se tratam de GOETHITA. A cacoxenita é um fosfato de ferro e alumínio, também de hábito fibroso e de cor dourada, que ocorre em pegmatitos bem como em outros tipos de rocha mas que até agora nunca foi descrita como inclusão no quartzo ( tanto que ela não é um dos 152 minerais listados no livro ).

A foto abaixo encontra-se na página 91 e mostra grupos de cristais de goethita no quartzo, procedente do Rio Grande do Sul.


A foto abaixo encontra-se na parte superior da página 93, e mostra Inclusões de goethita no quartzo proveniente de Aghbar Bou Azzer, Marocos. O campo de visâo é de 7 cm.

Mais uma foto de goethita no quartzo vinda do Rio Grande do Sul e que aparece na parte inferior da página 93 do livro. O campo de visão é de 1,5 cm.

Entre as várias dezenas de excelentes fotos podemos ainda destacar as seguintes:

– Inclusões esféricas de fluorita na ametista, do Rio Grande do Sul ( são as duas fotos abaixo, tiradas da pg.80 )

– Inclusão de cristal longo tabular de brookita marrom sobre o qual crescem, perpendiculares às faces do prisma da mesma, finas agulhas prateadas de rutilo; a amostra, exibida na página 88, provem da região de Curvelo, MG.

– Esferas de cristobalita dentro de ametista, do Rio Grande do Sul ( pg.89 )

– Belíssimo cristal de ametista do Espírito Santo com inclusões de hematita e de goethita ( pg.95 ). O cristal mede 1,5 cm.

– Dentre as mais belas, inclusões de papagoita azul e de caolinita branca em quartzo da Mina Messina, África do Sul ( pg.207 ).

Colaboramos, juntamente com o José Eduardo Barbosa e o saudoso Jan A. Vlcek ( “Johnny” ), na determinação da procedência de várias peças brasileiras incluídas no livro ( obviamente o Brasil, o maior produtor mundial de quartzo, tem posição de destaque no mesmo ), e somos gratos por sua gentileza de incluir nosso nome na coluna dos agradecimentos.

Temos o livro disponível para venda e o preço é equivalente a 100 dólares.

Show de Denver 2007 – Vitrine do Museu de Los Angeles, Parte 5

Neste quinto capítulo da reportagem sobre o Show de Minerais de Denver, vamos mostrar mais duas curiosidades sobre um dos minerais mais abundantes no Brasil – o quartzo.

O Museu de História Natural de Los Angeles apresentou mais essas duas interessantes histórias:

QUARTZO FUMÊ – Lavra da Golconda, Coroaci, Minas Gerais

O quartzo adquire a cor fumê através de seu bombardeamento por radioatividade natural, normalmente isto se dá de forma homogênea mas em alguns raros casos, como neste cristal de 8 x 5 cm, exibe marchas mais escuras espalhadas internamente próximo à superfície do cristal ( no título a Lavra da Golconda está erradamente descrita como sendo em Coroaci, ela na realidade se situa no município de Governador Valadares )

Tradução do Texto – Quartzo adquire a cor fumê como resultado de uma exposição prolongada a radiatividade natural. Manchas marrons mais escuras, pontuais ( ou halos ) em cristais de quartzo são tipicamente causadas por minúsculos cristais de minerais radioativos tanto inclusos dentro do cristal ou crescendo em sua superfície. Este cristal “manchado” é atípico devido à quantidade e à distribuição relativamente uniforme desses “halos” um pouco abaixo da superfície do cristal. Embora nenhum desses cristais radiativos fonte tenham permanecido ( “sobrevivido” ), é provável que eles tenham se depositado na superfície do quartzo e lá tenham permanecido por milhões de anos.

HEMATITA no QUARTZO – Espírito Santo

É uma seção polida longitudinalmente cortada de um cristal de quartzo, medindo 6 x 3 cm; este material é freqüentemente ( e erroneamente ) chamado de “cacoxenita”; este mineral ( um fosfato de ferro e alumínio ), nunca foi até hoje encontrado dentro do quartzo, o que é atestado no excelente livro “Inclusions in Quartz”, de Jaroslav Hyrsl e Gerhard Niedermayr, cuja leitura recomendamos para todos os que se interessam pelo assunto.


Tradução do Texto – As “ripas” vermelho intensas, orientadas quase que perpendiculares às faces externas deste cristal de quartzo são cristais alongados de hematita que se nuclearam a partir da superfície do quartzo assim que ele começou a crescer. À medida que o quartzo começou a se desenvolver externamente a partir de seu núcleo o mesmo aconteceu com os cristais de hematita, competindo por nutrientes ( átomos ) e por espaço na interface entre o cristal de quartzo e a solução líquida que o recobria.

Em breve, mais novidades apresentadas no show.